segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Contemplação



Os teus olhos são como olhos que vejo
no fundo do olho,
fundo que procuro ir.
Atravessar seus horizontes e ser olhado,
ser tocado.
No exílio de meu reflexo ser.
E a ir a buscas, entre passos esbarros e tombos,
levantar de novo e cair novamente,
pois pisei num óleo.
Tão ludibriado com o que vi,
amalgamei o seu sorriso com a poesia
e deles fiz chorar-me.
Lágrimas ao vento, voar em vez de resvalar,
só planar
e chegar num fim, que se torna o começo de um arco-íris
e no mais longínquo fim de um horizonte chegar.
Olhar-te-ei com comoção e fitarei até acordar.
Olhos que me olhem!
Oblíquo sentido de olhar.
Olhar sem temer.
Olhar nos meus olhos.
Olhar-te-ei até que um dia,
acordado irei dormir,
para nunca mais acordar,
e assim,
chorar sem ver,
sentir sem tocar
e amar.

(escrito aos 14 anos)

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